Sempre fico na torcida para que as nossas terras catarinenses tenham uma agenda cultural tão recheada quanto a de São Paulo. A casa é bonita, organizada e o povo está sempre pronto pro abraço. Somos bons anfitriões, tenho certeza. Entretanto, no momento não tem jeito: se os shows não vêm até a trupe, a trupe vai até os shows. O bolso dói mas a vida segue.

Ah, quase esqueço de contar pra vocês: vos escrevo de solo paulistano. Hoje à noite tem show dos grandes californianos Deftones e Cypress Hill e parte da trupe do Estúdio vai prestigiar. Vi uma boa oportunidade de passar o final de semana por aqui, já que um dos aspectos mais legais dessa cidade é poder conhecer algo novo a cada visita. Dei uma passeada e reparei que pra onde quer que eu fosse, dos lugares mais aos menos relevantes, sempre tinha alguém fotografando.

Temos mesmo essa vontade intensa de registrar tudo, como se nossas memórias não estivessem totalmente seguras e, ao mesmo tempo, brincar com a realidade de acordo com o nosso ponto de vista, gravar cada detalhe, cada sensação.  Mas foi só ao entrar no site do francês Laurent Nivalle, fotógrafo do Citroën Design Center, e me deparar com a categoria “iPhone”, que me dei conta da proporção das mudanças.

Percebem? Fotos casuais, de resolução inferior, já não são sinônimos de baixa qualidade. Os fotógrafos que conheço sempre bateram arduamente na tecla de que não é a câmera que faz a fotografia e sim o fotógrafo (vamos combinar que ajuda). Trago a mensagem de alívio: queridos, fiquem tranquilos – a verdade tarda mais não falha!

Deixo com vocês umas fotos belíssimas postadas no Instagram, aplicativo para compartilhar com o mundo as fotos tiradas com o seu iPhone. Contudo, apesar de achar esse photo-sharing brilhante, não se enganem: continuo erguendo a bandeira pró Android, por onde vou compartilhar as fotos do show com meus amigos. 🙂